As burcas passavam em todas as direcções, olhando as montras, entrando e saindo das lojas do centro comercial. Mas aquele não era um centro comercial qualquer. Aquele era simplesmente o maior centro comercial do mundo. Mulheres árabes, mágicas e sedutoras, vestidas e calçadas pelos designers mais famosos, de saltos altíssimos e arrasadores, meio escondidos pelas burcas, rostos muito bem cuidados com os olhos bem marcados pelo kajal, como se estivessem em plena "cena" teatral, elas fazem uma ligação muito especial entre o oriente e o ocidente.
Elas têm dinheiro, têm astúcia, têm beleza e poder. Nada fizeram para isso. O céu não as abençoou com água, em contrapartida, a terra deu-lhes o ouro, em que se transforma o petróleo que jorra do solo das suas arábias. As burcas, ao contrário do que muitos supõem, não as aprisionam e bem pelo contrário, elas fazem questão de exibi-las, numa demonstração de fidelidade à sua liberdade de escolha.
Elas têm dinheiro, têm astúcia, têm beleza e poder. Nada fizeram para isso. O céu não as abençoou com água, em contrapartida, a terra deu-lhes o ouro, em que se transforma o petróleo que jorra do solo das suas arábias. As burcas, ao contrário do que muitos supõem, não as aprisionam e bem pelo contrário, elas fazem questão de exibi-las, numa demonstração de fidelidade à sua liberdade de escolha.
Entrámos numa loja de roupa, olhando para todos os lados. E de repente, passa por mim uma mulher com um carrinho de bébé. Dei meia volta para ver a criança. Era um menino que teria cerca de seis, sete meses. Moreninho, bem nutridinho, silencioso, sereno e tranquilo. Ficámos de frente um para o outro. Ele olhando-me de baixo e eu de cima. Em fracções de segundo algo se revelou.
Aquela criança era especial. Eu olhava para ele na esperança de ver o semblante mudar e reagir, mas a minha observação não causava nele o menor impacto. Eu olhava-o, sorria-lhe, sentia o meu pestanejar automático e ele olhava-me sem o menor piscar de olhos. Absolutamente fixo e imperturbável.
Não se podia dizer que não reagia. Pelo contrário, a sua atenção era total. Ele falava-me com o seu silêncio. A força que a sua silenciosa expressão transmitia era avassaladora. A sua alma falava por todos os poros e eu via nele um pequeno rei. Apetecia-me chamar a mãe e dizer-lhe o quão especial era aquele menino. Por mais que ele fosse rico ou poderoso, nada se comparava ao que seria pela vida fora. Eu estava perante um "pequeno rei". Via claramente o que a sua alma inocente me mostrava. O que o destino lhe reservava não era pouca coisa. Ele teria uma marca muito forte na sua passagem por este mundo.
Secretamente, prestei-lhe a minha humilde homenagem, como se o nosso encontro estivesse dimensionado no futuro. "Maktub". O seu destino não mudaria, independentemente do que acontecesse à sua volta. E eu continuava olhando para ele, completamente hipnotizada e fascinada com aquele pequeno buda. A mãe desviava o carrinho, mudava para cá, para lá e como eu continuava olhando para ele, o olhar dele não se retirava, acompanhando-me sem alteração, sempre com a mesma grandeza de um grande líder, político, espiritual, fosse lá o que fosse e sempre sem o menor pestanejar. Aquele olhar frio, vivo e intenso pareciam dizer "quem és tu para saberes de mim um segredo que mais ninguém sabe(?)... não digas nada, continua calada... os registos akáshicos não to permitem".
Aquela criança era especial. Eu olhava para ele na esperança de ver o semblante mudar e reagir, mas a minha observação não causava nele o menor impacto. Eu olhava-o, sorria-lhe, sentia o meu pestanejar automático e ele olhava-me sem o menor piscar de olhos. Absolutamente fixo e imperturbável.
Não se podia dizer que não reagia. Pelo contrário, a sua atenção era total. Ele falava-me com o seu silêncio. A força que a sua silenciosa expressão transmitia era avassaladora. A sua alma falava por todos os poros e eu via nele um pequeno rei. Apetecia-me chamar a mãe e dizer-lhe o quão especial era aquele menino. Por mais que ele fosse rico ou poderoso, nada se comparava ao que seria pela vida fora. Eu estava perante um "pequeno rei". Via claramente o que a sua alma inocente me mostrava. O que o destino lhe reservava não era pouca coisa. Ele teria uma marca muito forte na sua passagem por este mundo.
Secretamente, prestei-lhe a minha humilde homenagem, como se o nosso encontro estivesse dimensionado no futuro. "Maktub". O seu destino não mudaria, independentemente do que acontecesse à sua volta. E eu continuava olhando para ele, completamente hipnotizada e fascinada com aquele pequeno buda. A mãe desviava o carrinho, mudava para cá, para lá e como eu continuava olhando para ele, o olhar dele não se retirava, acompanhando-me sem alteração, sempre com a mesma grandeza de um grande líder, político, espiritual, fosse lá o que fosse e sempre sem o menor pestanejar. Aquele olhar frio, vivo e intenso pareciam dizer "quem és tu para saberes de mim um segredo que mais ninguém sabe(?)... não digas nada, continua calada... os registos akáshicos não to permitem".
Eu tinha o prazer e a grande honra de ter sido presenteada com aquele encontro inesperado e fascinante, que para mim tinha um valor inestimável e eu jamais esqueceria aquele pequeno budha das arábias.
Olá Luisa,
ResponderEliminarQue bela partilha!
Beijinho grande.
Alexandra